sábado, agosto 27, 2005

Beber a vida num trago, e nesse trago Todas as sensações que a vida dá Em todas as suas formas [...] ..................................................................... Dantes eu queria Embeber-me nas árvores, nas flores, Sonhar nas rochas, mares, solidões. Hoje não, fujo dessa idéia louca: Tudo o que me aproxima do mistério Confrange-me de horror. Quero hoje apenas Sensações, muitas, muitas sensações, De tudo, de todos neste mundo — humanas, Não outras de delírios panteístas Mas sim perpétuos choques de prazer Mudando sempre, Guardando forte a personalidade Para sintetizá-las num sentir. Quero Afogar em bulício, em luz, em vozes, — Tumultuárias [cousas] usuais — o sentimento da desolação Que me enche e me avassala. Folgaria De encher num dia, [...] num trago, A medida dos vícios, inda mesmo Que fosse condenado eternamente — Loucura! — ao tal inferno, A um inferno real. Fernando Pessoa

domingo, agosto 21, 2005

Tinha que existir uma pintura totalmente
livre da dependência da figura – o objeto – que,
como a música, não ilustra coisa
alguma, não conta uma história e não lança
um mito. Tal pintura contenta-se em evocar
os reinos incomunicáveis do espírito,
onde o sonho se torna pensamento, onde o
traço se torna existência.
Michel Seuphor

quinta-feira, agosto 18, 2005

KAiSER

Tudo bem que a CERVEJA Kaiser não é lá grande coisa...
Mas merece congratulações!
De algum tempo para cá, na verdade muito tempo, o nível publicitário das cervejas foi a zero.
Fala sério: tatuíra, mulher pelada, cabeça cheia de manés engravatados que expeguimentam (opa isso foi em outra época!) ter uma idéia, ou melhor, tentam.... Não dá né!!
Ontem a noite tive uma surpresa, a Kaiser lançou uma propaganda criativa e sensível!
Tomara que as outras copiem!

terça-feira, agosto 09, 2005

Sob a ótica: a palavra

Estive pensando sobre o antigo sonho de estudar semiótica e linguistica...
Melhor deixar como está;
o que vejo permanece calado na retina,
de quando em quando
o vento transita e espalha imagens e palavras
dispondo a quem queira arriscar
o meu quebra cabeça,
as minhas palavras cruzadas.
Eu? As tenho coladas na retina
e se não decifro,
devoro-me!