domingo, setembro 03, 2006

DO AÇÚCAR E OUTROS VENENOS

E lá se vai mais um fim de semana sem açúcar, queijo e seres que ciscam!!
Que difícel abdicar dessas 3 coisinhas viu!!
Os ciscantes até que não fazem falta, mas como dizer não para dois amores? O preto abraçado no barnco, tão querido!!
O queijo parmesão uruguaio, parece ter sido feito para mim!!
Mas eu continuo firme. E aí me conscientizo que gosto da tal da vida; complicada, impossível em certos momentos... Mas viva!! Mais do que isso gosto de gozá-la com saúde. A morte, quando vier, que seja em dose única!!
Outro dia ouvi que o açúcar nos tira a sensibilidade... Pensei, pensei... e me pareceu fazer sentido. Parece que tudo fica mais "normal" depois de uma boa quantidade de brigadeiro ou torta de canela (lá da Brioche!). E cá entre nós, é difícil dar conta de todas as sensações diárias que a vida nos impõe. Carece bem mais que coragem.

sábado, agosto 19, 2006

FILHA DE QUEM?

Tenho a estranha sensação de que não ter filhos me mantém filha...
A vida é um preparar-se para a morte e me sinto pulando uma fase desse jogo.
Me sinto menina. Me sinto sozinha.
Como naquela vez que me perdi de meus pais na feira... É tudo tão grande!
Não sei quantos anos tenho. Faz frio e uma névoa suave cobre o heliponto do predio a minha frente

Quero adultecer sem adoecer. Sem perder o encanto.

Na esquina um menino adoecido assalta a senhora recém enviuvada. O marido era um canalha!! Mas ela o amava.

Me pego de novo duvidando, com medo de me responsabilizar pelo que penso. Não quero ofender ninguém, quero apenas ser.

domingo, agosto 13, 2006

ESTOU ATÉ AQUI...

Parecece uma tsunami...
é com tal força que renascem sentimentos já esquecidos em mim.
Pareço uma panela quente onde qualquer gota de água que tente se encostar é espirrada para fora. Estou assim. Espirrando tudo!! Sem suportabilidade para nada!!
Que o deus da boa convivência me proteja!!!

domingo, julho 23, 2006

NESSE DOMINGO

Show da Monica Salmaso é tudo de bom!
Nem a angústia do domingo a noite resiste a mistura de Vinicius, Baden, Paulo Belinatti e Monica Salmaso.

domingo, julho 16, 2006

ALCOÓLICAS

Também são cruas e duras as palavras e as caras
Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida
Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos
Vão se fazendo remansos, lentilhas d'água, diamantes
Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos
Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas
De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo
Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas
Vai se fazendo tempo de conquista. Langor e sofrimento
Vão se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte
É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.
Sussurras: ah, a vida é líquida.
Hilda Hilst - Alcoólicas - II

sexta-feira, junho 30, 2006

ILUSÕES

Não se iluda!

O grande amor nunca será o amor da sua vida.

A primeira vez, quando não é ruim, é difícil.

Você inevitavelmente vai chorar, algum dia na vida, pensando no que foi e no que seria...

O computador vai dar pau e levar para sempre seus arquivos preciosos.

O tempo vai passar... e você... ainda vai me amar!!

quinta-feira, junho 22, 2006

ESVA


Que a ESVA venha!!!
Lá estarei, esvaziando mais do que "o monstro marrom"... Porque preciso mais. Preciso dar conta do "isso" que é monstro em mim (para quem não entende, sinto muito!). Preciso tomar todas, dormir sem saber de mim ou do mundo... Simplesmente existir. Pular fogueira. Abraçar sem medo o que não é humano em mim. Olhar nos olhos de Greta e Audrey do mesmo jeito que nos de Paula, Mari e Dani.
Que a ESVA venha!!

domingo, junho 18, 2006

RODA VIVA?

"Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda-viva E carrega o destino pra lá..."

sábado, junho 17, 2006

DA MORTE SEI TÃO POUCO

Ninguém jamais estará preparado...
Não por juventude ou ingenuidade. Mas como ver de perto a face assustadora da morte - bicho papão da infância- estampada naqueles que sempre foram acalanto sem nenhum sobressalto?

Não sou mais menininha, pequenininha. Cresci. Envelheceram.
O tempo; implacável, única certeza nessa panacéia de enxertos e próteses...

Na voz de um analista: "não há perdas, uma vez que não possuímos e não nos deixamos pertencer". Bobagem!! Possuímos sim!! Não que o outro se deixe possuir, mas a posse está em amar!
Como é que não há perda se nunca mais .....(!)

domingo, maio 28, 2006

TEMPOS IDOS

Você nunca sentou em formigueiros? Construiu castelos aparentemente indestrutíveis? Ficou com a unha toda suja de massinha? Olhou abismada para a luta dos caranguejos nos cestos do mercado municipal?
Você nunca comeu aquele legume com cara de vilão, chorando para não apanhar? Não viveu em silêncio uma arrebatadora paixão pelo professor, primo ou tio , bem mais velho? Fez vela, serviu de álibi e comeu mosca?

Você não sabe o que é mexer num vespeiro! Ver o grande amor da sua vida atravessar a rua e sumir para sempre! Não conseguir esquecer o sofrimento causado... Jamais entender a luta insana da vida, dia a dia...
Você, nunca engoliu sapo?? Não percebeu com espanto, o sofrimento tardio de quem te trouxe tanto sofrer?
Você não teve infância e jamais se saberá adulto!

quarta-feira, maio 17, 2006

VALSA PARA UMA MENININHA


Você dizendo da vontade de me ver apenas como sua menininha...
Eu, mulher, falando do inevitável crescer.

A vida puída em seus olhos cansados. A inocência nos meus, ainda incautos.
O tempo que não pára, ainda que o desejo seja de juventude eterna.

Você queria apenas me proteger do mundo. O mesmo mundo que fez você, embriagado, desistir daqueles velhos sonhos de família e felicidade... O seu medo me fez coragem e vontade de ir além das palavras que não foram ditas. É Pai, eu já não sou tão pequenininha.

terça-feira, maio 16, 2006

ANTES QUE EU ESQUEÇA

Antes que eu esqueça, deixa eu contar sobre como chegamos até aqui. Sobre como pôde esse amor que só me fez sofrer permanecer tanto, e tanto tempo em mim.
Sabemos tão pouco das pretensas verdades que nos fundam!!!
Como entender então que o erro repetido é acerto? Difícil aceitar que, além de mim, desse eu consciente, tem um "outro" que decide minha vida. Um outro que sabe! Um outro que deseja! Um outro que não sou "eu"....
Acerto o passo. Sei bem que a minha consciência não é a dona da minha razão... Talvez pareça que vivo sem sabê-lo... Mas eu sei! Sei que não há bondade na lógica do desejo. E que desejo é esse? É uma questão de construção.
(... e nesses dias tão estranhos, fica a poeira se escondendo pelos cantos...)

segunda-feira, maio 15, 2006

DEIXA

Eu estou saindo... Me deixa!
Se a ausência não te dá paz, deveria ter pensado antes...
agora não dá mais.

quinta-feira, maio 11, 2006

A VOLTA

Você vai tentar me encontrar...
Mas eu já não sou mais aquela, ainda que o aroma do café saído do apartamento vizinho lembre meu riso nas manhãs de domingo....

Você vai me procurar, e não haverá mais casa onde tecemos noites a fio o sonho de “nossa” vida.

Você vai olhar nos meus olhos e não haverá mais sombra daquele amor que tive.

Você vai querer voltar... e eu, vou rir da sua cara!!

domingo, abril 30, 2006

ARITMÉTICA

"Loucuras têm que ser feitas; não para magoar alguém, mas para que haja algum sentido no existir. Loucuras como as poesias. É preciso se viver poeticamente, e isso nada mais é do que abolir todos os códigos que regulamentam a nossa vida." Fernanda Young

quarta-feira, abril 26, 2006

Continuando no embalo das "Várias Faces do Amor"... Ontem uma amiga ligou aos prantos; tinha brigado com o marido e o que é pior, levado alguns tapas. Na fila do banco a moça da frente reclamava sem cessar do namorado que não lhe dava suficiente atenção. No salão a Soninha, umas das manicures, falava chorosa no celular; tinha descoberto uma traição.

Sabe, devo estar ficando louca. Alguma coisa está errada... A noite cheguei em casa e fiquei horas conversando bem de pertinho com meu amor, fazendo carinho até dormir. Quando acordei ele ainda estava ali; sonololento e gentil, me enchendo de desejo!

sábado, abril 22, 2006

VÁRIAS FACES DO AMOR

Os números mágicos garantem:
o amor é apenas um jogo,
e eu uma tola!

Segundo Bob Marley é preciso libertar-se da escravidão mental pois nada pode parar o tempo!
E o medo de amar é o medo de ser livre!! Sou mais Elis do que Sartre, mais eu do que os outros!
Sim, na idade da razão sabe-se bem que nada será como antes! O melhor é não olhar para trás, a palavra parece ter morrido, mas meu coração é novo.

Nesse teatro de vampiros não abro mão das echarpes...

... e de pensar nisso tudo, eu mulher feita tive medo.
(Deculpe Paula mas vou imitar... Ouvindo Chico Buarque "João e Maria")

sábado, abril 15, 2006

NARCISO

Já faz tempo parei de fingir. Beleza é fundamental!

SEXTA FEIRA DE PAIXÕES


Sei que não sou boa o bastante...
Mas diga apenas uma palavra e serei salva!!
Não da solidão, que é essa é inerente.
Mas as manhãs serão mais alegres nos teus olhos ainda inchados,
os sabores serão acentuados na tua boca molhada e
o pecado será tema de antigos romances!

domingo, março 26, 2006

A VOLTA QUE O MUNDO DÁ

Não há maior crueldade do que a tua infelicidade explicita nos olhos molhados...
Qualquer coisa, mas a tua infelicidade? Como é que eu vou digerir isso? Aprendi tudo com você... Quantas vezes os meus passos foram os seus!!
O que eu faço agora? Eu cresci, é minha vez de te dar a mão..... que medo Pai!!
Medo de não ser boa o bastante. Medo de não conseguir. Medo de não prosseguir.
É eu sei.. é a volta que o mundo dá.
Já que não podemos com o tempo, vamos rir mais da tua barba crescida, da nossa infância de chocolate e pão com manteiga, da adolescência difícil e dessa maturidade gostosa que foi chegando aos poucos...

domingo, março 19, 2006

...E LÁ SE VAI MAIS UM DIA

Essa semana, saltou-me aos olhos (ou seria dos olhos?) minha primeira ruga. Horrorizada aproximei o rosto do espelho e estupefata analisei a fenda aberta na pele... Lá estavam os anos solitários de infância, a rebeldia imatura da juventude, o grande amor perdido, o humano cru descoberto em meu avesso....
Já são 33. Não há mais tempo para historietas incautas... mas como fazem falta as noites em claro, Lispector recitada às lágrimas. Annais era tudo!!

E na verdade o que faz falta é o grupo, o dedo em "V", o cabelo ao vento... porque no mais....

terça-feira, março 14, 2006

PIJAMA DE BOLINHAS

Dividir as vezes cansa! Quando eu quero silêncio e os pratos não param de tilintar na cozinha, tento em vão me concentrar e a tv ligada murmura de tudo um pouco... Não quero a televisão agora, abro mão da minha parte!! Pega!! Toma para você!!
E assim, bondosa e meiga termino a noite.

sexta-feira, março 03, 2006

....

Acabo de me descobrir apaixonada pelas reticências!!
Pelo sinal gráfico; ponto que se repete feito xilofone.
Sentido que se perde, feito a própria voz em eco.

Sou reticente!
Adoro falar pela metade,
adoro o enigma dos pensamentos indecifraveis e dos amores incautos.

Adoro mulher cantando...

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

PERDAS E PARTIDAS (Parte II)



Se alguém souber me diga: qual é a lógica por trás dos dias e noites que se sucedem?
Por que perpetuamos uma rotina, acreditando num sentido de causa e efeito que parece manter a credulidade de tempos melhores viva?
Hoje me aconteceu de rasgar, sem querer, o manto da razão. Aquela razão que faz acreditar que nada de mal vai acontecer enquanto você volta para casa. Razão cega.
Na verdade não fui que rasguei, foi a menina. No máximo 10 anos, caco de vidro na mão. Nascidas de famílias diferentes, mas iguais em natureza. Ou não? Sou culpada por onde nasci e pelas condições que isso me trouxe? Nem ela é! Mas não me venham tentar fazer entender e apaziguar minha indignação. Quero que se foda!
O absurdo a todos nós pertence...
Por um momento, a teia de sentidos que mantém a mim, e a qualquer um, adequado e feliz com o viver diário, desvaneceu. E lá estáva ela, a angústia primeira!
Que será de mim? De novo ao deserto...

sábado, fevereiro 18, 2006

PERDAS E PARTIDAS (parte I)

Tempos difíceis...
Lá se vão doces dias de infância;
de voltas ao mundo andando de bicicleta ao redor da mesa da sala,
de brigadeiros com bolinhas coloridas,
de sfihas e kaftas...
E se não bastasse essa irreparável partida vieram outras.
Não irrremediáveis como essa, mas justamente por isso mais dolorosas.

terça-feira, janeiro 24, 2006

ESSES ADORÁVEIS SURICATOS!!


Para ser suricato não é precico ser da família Herpestidae, ter 30 centímetros, um rabo de mais 20 de centímetros e nem ficar em pé sobre ele.Além desses, há um outro tipo de Suricatos.
São aqueles que não estão no Sudeste da Angola, Namíbia, Botsuana ou África do Sul mas nos quintais de casas e apartamentos do mundo inteiro. Dividem suas tocas não com esquilos e outros mangustos, mas com nós humanos. Sim, existem Suricatos domésticos!!
Quando a comida se torna escassa, ao invés de mudarem de toca, eles uivam, correm de um lado para o outro e abanam a cauda sem parar, além é claro de em último caso, utilizarem sua maior arma: o olhar.
Os suricatos domésticos também são animais territoriais e defendem ferozmente suas tocas de vizinhos desagradáveis, namorados que nos fazem sofrer e qualquer um que eles pensem ser uma ameaça.Os suricatos domésticos não comem escorpiões , besouros e aranhas como seus primos Herpestidae, mas engolem sapos e suportam bem cobras e lagartos de seus donos.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

AS HORAS

Vontade de chorar as HORAS.
Vontade de ter uma mão que segure a minha. Vontade de aceitar a vida. Vontade de ser mais suave e aprender a leveza no amar. Vontade de amar, construir... E tudo isso exige-me estar viva! Ter os olhos bertos, o olfato aguçado para palavras que hão de vir. Não pensei que sentiria de novo essa >"descontrução". Essa falta de chão que é o fim do amor. Essas infinitas possibilidades, todas, abertas à minha frente e no fundo, uma certa amargura por saber que nem sempre será assim. As horas... Em fim, como se arrepender do que é minha única possibilidade?!
Medo do próximo encontro. Medo de não mais encontro. Tanto medo que nem te conto! Será que eu sobrevivo?
Não sonho com serpentes. Sonho com baleias, três, nadando em águas claras, ao alcance dos meus olhos, que se espantam com a falta de espanto do mundo ao redor. Os mesmos olhos que por tanto tempo permaneceram cegos pelo horror! Quero novamente os banhos de chuva, os rios e suas quedas d 'água, o mar e suas sereias, o calor do fogo, a segurança da terra, a liberdade do vento. Quero de novo a vida.

domingo, janeiro 15, 2006

DIAS DE VERÃO

" É como uma doença, o desejo de ver alguém, o anseio profundo e forte. E você acabou de vê-lo, e vê-lo amanhã não vai satisfazer, e a mesma doença, como uma fome, chegará até você, mais forte a cada vez que você o vê. Não, eu não expliquei isso. Eu estava trabalhando hoje, escrevendo. Minha cabeça estava ocupada: minha mente estava repleta do trabalho. Ainda assim, todo o tempo, eu estava ciente de uma dor - corrosiva - como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. E a mente não pudesse fazer nada sobre isso. Era físico: estava nas veias, no sangue, na pele. Eis por que as relações humanas são tão perigosas - porque a mente não tem poder sobre elas. " Anais Ninn .