segunda-feira, fevereiro 27, 2006

PERDAS E PARTIDAS (Parte II)



Se alguém souber me diga: qual é a lógica por trás dos dias e noites que se sucedem?
Por que perpetuamos uma rotina, acreditando num sentido de causa e efeito que parece manter a credulidade de tempos melhores viva?
Hoje me aconteceu de rasgar, sem querer, o manto da razão. Aquela razão que faz acreditar que nada de mal vai acontecer enquanto você volta para casa. Razão cega.
Na verdade não fui que rasguei, foi a menina. No máximo 10 anos, caco de vidro na mão. Nascidas de famílias diferentes, mas iguais em natureza. Ou não? Sou culpada por onde nasci e pelas condições que isso me trouxe? Nem ela é! Mas não me venham tentar fazer entender e apaziguar minha indignação. Quero que se foda!
O absurdo a todos nós pertence...
Por um momento, a teia de sentidos que mantém a mim, e a qualquer um, adequado e feliz com o viver diário, desvaneceu. E lá estáva ela, a angústia primeira!
Que será de mim? De novo ao deserto...

sábado, fevereiro 18, 2006

PERDAS E PARTIDAS (parte I)

Tempos difíceis...
Lá se vão doces dias de infância;
de voltas ao mundo andando de bicicleta ao redor da mesa da sala,
de brigadeiros com bolinhas coloridas,
de sfihas e kaftas...
E se não bastasse essa irreparável partida vieram outras.
Não irrremediáveis como essa, mas justamente por isso mais dolorosas.