domingo, outubro 30, 2011

O escorpião em mim

Sim, venha...
Susurre palavras obscenas em meu ouvido até que minha mente, sem não mais poder resistir, deixe meu corpo livre e ceda.
Beije minha boca suavemente enquanto suas pernas se entrelaçam nas minhas.
Passe a mão no meu cabelo e me puxe com força contra seu corpo.

Sim, venha...
Me tire da zona de conforto. Me faça ir além. Me faça ver o pior e o melhor em mim.

Sim, venha...
E começaremos um novo tempo.


terça-feira, outubro 18, 2011

AMOR BANDIDO

A madrugada deserta ecoava os gritos vindos do apartamento. A discussão sem qualquer sentido aparente estalava as palavras que o atritar dos corpos sobre a cama silenciaria. Assim viviam o amor, sem descanso ou recomeço, como se uma trama sem fim entrelaçasse os seus destinos. No ir e vir sempre estavam. Amantes presas pela urgência, por um mistério que não queriam decifrar!

quarta-feira, setembro 14, 2011

Pensamentos em desordem. Frases soltas. Questões paralelas que, pressinto, se tocam em algum ponto. Mas os sentidos, significados, me vêm com tanta fúria! Antes que os decifre, ou que vislumbre seus pontos de contato, perdem-se numa nova ressurgência.
Sigo apenas sendo.
Sendo aquela que sente saudade, que se entristece por apenas ouvir dizer.
Aquela que deseja, que se permite uma outra vez.
Aquela que busca!

terça-feira, setembro 13, 2011

Indiferença dói.

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O momento do gozo é de total inexistência.

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A natureza (ali onde não há palavra) esconde por trás de sua beleza e docilidade o que lhe cabe de selvagem.

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Desde muito cedo a vida me encara e me assombra com o clássico: "Decifra-me ou devoro-te". 

domingo, setembro 04, 2011

Viver o desejo sem nunca possuí-lo. Assim se perpetua a paixão.
Mas há tanta angústia em seguir algo sem jamais tê-lo!!
Sempre uma impossibilidade.
Um desafio para o qual jamais se está à altura.
Noites em claro tentando esclarecer o que há de falta.
Desassossego e urgência.
O amor me serve de desejo. Consumo a paixão até que se acabe. Até que me dê outra vontade.
Satisfações satisfeitas e novamente desejadas. Possibilidades. Enfrentamento dos próprios limites.
Águas calmas e transparentes.
E ainda assim há o incerto e o abismal! 

quarta-feira, agosto 24, 2011

Silêncio escuro

Hoje não tem festa.
Ninguém vai cantar.
Não haverão brindes madrugada à dentro,
Nem versos feitos às pressas no bilhete sobre à mesa.

Jamais soube quem é;
que impulso move seus lábios quando beija,
o que lhe provoca saudade,
o sentimento que lhe faz voltar amiúde,
e nem isso... e aquilo também! 
Mas devem ser meus ouvidos moucos que não absorvem o que nunca foi dito,
meus olhos míopes que não percebem o que não mostra.
Deve ser isso... e não há de ser nada, porque são apenas mais alguns versos... e versos não tomam café, não conversam sobre o que nunca foi dito, não tem responsabilidades ou trabalham, não respeitam,  não amparam, não amam.


domingo, julho 31, 2011

... de partir e de ir! (Parte I)

E os dias, há muito, já não eram os mesmos. A rotina de casa, escola das ciranças, trabalho e casa perdiam o sentido na medida em que faltava em casa o imprescindivel.
Pesava-lhe a felicidade dos dias passados. A cumplicidade das decisões que tomaram juntos. Os frutos do amor vivido...
Do presente apenas o medo. Medo do que não podia mensurar. O novo. O salto. O abismo. O desejo enfim...
Parada ali, na curva do caminho, chorava distâncias não percorridas, a realidade estagnada e o barco, partido... de partir e de ir!

quinta-feira, julho 28, 2011

E  então fez-se o vento...
Varreu com fúria o que cobria aquela relação, ainda pulsante.
Fez descoberto e visível o que os olhos, em devaneio de amor, não puderam ver.
E a mulher, sozinha  em sua sacada, sentiu doer como nunca...
Dor de engano... Usada, da pior forma; como aquilo que ocupa um espaço apenas porque não há nada nada melhor que o ocupe. Nada que o ocupe!
Contraiu-se sobre o ventre, e se deixou ficar ali, na ventania até que tudo fosse.
Deixou-se ficar ali até que tudo fosse o que já não é.

terça-feira, junho 14, 2011

Na porta da sua casa (final)

Atravesso a sala com passos lentos.
Há uma grande melancolia em abandonar essa casa, a sua casa. E olhando ao redor já não sei se de fato eram reais as teciduras que toquei, os nós da colcha da cama que você me mostrou enquanto chorava e o primeiro raio de sol do dia iluminava seus olhos.
Quem sabe tenha sido tudo um grande engano.
Páro na porta.
Lembro das fotos da sua infância; continuarão naquela caixa, escondendo do mundo seu rastro.
Dessa vez eu vou... um dia seu cheiro vai se perder nas minhas memórias (como você me prometeu naquele amanhecer).

(Ouvindo sua voz cantarolando baixinho para mim"canção pra não voltar" ... )


quinta-feira, junho 09, 2011

Do dia dos namorados que nunca tivemos

Você lembra como a gente foi feliz?
Como você gostava de passar seu pé na minha perna antes de dormir, a mão nos meus cabelos...
Dançavamos na sala vazia, depois da festa acabar...
\\\\\\\\\\\\\\\\\\\embalavamos as madrugadas,
percorriamos o mundo inteiro em nossos planos de aventura e amor.

Você lembra? Foi tudo tão de repente...  

quinta-feira, junho 02, 2011

Há vida em meus planetas...

Fecho os olhos na tentativa de esquecer que não há nada abaixo dos meus pés...
O vento frio corta minha boca, leva para longe qualquer palavra que defina o que vem a seguir.
Silenciosamente, em pensamento apenas, peço proteção aos deuses:
que Saturno me dê a gravidade necessária;
de Jupiter quero a crença de ser bela a trama que as Moiras me fizeram;
Marte, meu pai, preciso de tua audácia e coragem!
Do Sol quero a presença... porque em mim há escuridão.
De Vênus, não só o amor... Quero amor com luxúria!
A leveza do renascer, as asas da morte, que me venham de Mercúrio, mesmo que apenas em palavras.
A lua é mais que o desejo de que tudo isso tenha acontecido ontem ... É ela que me fecha os olhos. É ela que me faz caminhar em direção ao abismo! E borboletas nascem dentro de mim! Minha voz, solta, celebra a vida...

segunda-feira, maio 09, 2011

Há em mim melancolia e saudade, certeza do que já não é e dúvida do que virá a ser.
O siso das coisas, antes perdido, agora me impede os ouvidos moucos. Impulsiona-me ao encontro dos desejos, bons ou maus, belos ou feios, que me constroem humana.

terça-feira, abril 26, 2011

A vertigem do abismo (Parte I)

Não havia mais tempo. Não tinha mais o quê fazer.. Chegara o momento de ir.
E ainda que as memórias de tudo que haviam sido viessem-lhe à mente, sorria.
Novamente percorria-lhe o corpo a vertigem do abismo. O desconhecido esperava-lhe do outro lado da porta, cheio de possibilidades.
Ali, onde fora tão feliz, não havia mais espaço suficiente para o seu vir a ser.

domingo, abril 24, 2011

Arrepender

Sobre renascer...

Deve haver um lugar secreto de onde se pode ver o desenho das teias das quais se tece uma vida.
Talvez venha de lá o chamado imperativo que a vida faz as vezes.

e de repente parece impossível continuar vivendo a meia  verdade em algumas palavras. Há um estremecer de tudo o que era e já não é mais possível voltar...

então é isso...
deixar para trás as seguranças rotas,
reaprender o peso de cada coisa,
viver o deserto,
para no final encontrar uma cara conhecida no espelho.

quinta-feira, abril 21, 2011

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Colocou o último par de meias na mala.
Olhou à sua volta;
sim aquele mundo vivo dentro daquele apartamento continuaria existindo sem ela...
O vinho das noites de quarta,
o café na cama nas manhãs de domingo,
a rua barulhenta,
a delicadeza de um novo amor.

quarta-feira, abril 06, 2011

Nosso engano foi tecido nas madrugadas,
adornado com prazeres diários,
perfurmado com o enlace de nossas pernas...

Meu engano.
Vivi como se sua mão,
acariciando suavemente meu cabelo,
endossasse suas palavras embriagadas.

Não, comigo não é diferente.
Sou qualquer coisa.
Encontrada pelo acaso.
Mantida pelas circunstâncias.
Não, não era só a mim... 

terça-feira, abril 05, 2011

É um tal arrebatamento, tamanha a força da vida e seus caprichos...
Cansada da discussão infinda com as 3 senhoras tecelãs, deixo me ir.
Sem discussão, sem lamento sobre a minha sorte.
Aceito. Deixo-me ir. Não sem medo. Não sem um quê de horror.
Mas reconhecer a correnteza da minha vida me tranquiliza, porque ainda que não saiba para onde vou, sei que lá é o meu lugar.

A noite um menino indiano vem me visitar,  veio levar os sapatos da menina que já não há!

quinta-feira, março 31, 2011

A cidade está vazia

A cidade está escura.
Uma cidade fantasma, feita de sombras, memórias, do que já não é.
Arrumo as malas.
Não sei para onde ir...
Nada me impede ou me impele.

Se houvesse um sentido deixaria que me guiasse.
Mas não há nada.
A cidade está vazia!

segunda-feira, março 28, 2011

Por sobre o abismo

Extendo uma corda sobre o abismo
para que me alcance
para que passe sobre o que é escuro em você sem ser tragada pelos fantasmas...

Espero você aqui
com a mão estendida e o olhar no seu!

quarta-feira, março 23, 2011

... do amor

... posso dizer do cheiro da sua pele amanhecida,
das suas palavras duras,
da sua voz calada na madruga,
das lágrimas embriagadas...

... posso dizer do incessante desejo de estar ao seu lado,
da sua risada e da minha - companheiras de estrada,
"disso" que não se perde e nos espera,
do calor do seu abraço,
da confissão velada...

(ouvindo "Preciso dizer que eu te amo"  - http://www.youtube.com/watch?v=VudS00JZH2c)

quarta-feira, março 16, 2011

No turbilhão

Quero entender o que está por trás das coisas:

os encontros, trajetórias, aquilo que não termina.

 

Quero livrar-me do animal em mim que pulsa e deseja,

do que me faz sem razão,

do que me toma e me faz cega em ciúme,

do que me faz crer que não há nada que importe mais do que o meu corpo em outro.

 

Quero livrar-me, nem que por um breve instante, de minha humanidade.

 

terça-feira, março 01, 2011

Á PORTA DA MINHA CASA

Por descuido ou propósito abri a porta de casa e deixei que assim ficasse enquanto transitava por salas e quartos , que tantas vezes me encantaram.

Em uma manhã, sem que eu esperrasse, ou soubesse, ao abrir a porta da sala da minha casa me deparei com um mundo inteiro; desenhado com outro traço, nuance  e cores, animado por outras melodias, construídos sob alicerces que meus olhos ainda desconhecem.

E aqui estou, parada na porta da minha casa!

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Cisne negro

No espelho a outra me sorri...
Seduz,
incita,
exita,
rompe,
transgride...

Rompe-me a pele aos poucos.
Dói-me nos poros a sua existência.

Dor de existir...
De ser bela e feia,
bem e mal,
represa e oceano.




quinta-feira, fevereiro 03, 2011

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Simplesmente não soube dizer, porquê, naquele momento, não poderia segui-la.
Não que a companhia não fosse do seu agrado.
Pelo contrário, lhe agradava muito o ritmo das conversas que mantinham. O cheiro, a textura e a temperatura da pele; o tom da voz sussurrada; a risada solta ou o sorriso contido em ar de mistério... 
Mas não iria. E havia nisso uma certa tristeza. Um pesar de quem vê a possibilidade de uma grande aventura amorosa perder-se.
Afinal, o amor não é tudo, a vida não é só som e fúria. (?)

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Intimidade

Poder ter o silêncio e a palavra,
a fantasia e o ato,
a liberdade e o respeito,
a aventura e a rotina,
individualidade e companheirismo.

Estar à vontade consigo, falar e ser sem medo.
Assim, em algum lugar, viverei ao seu lado!!


quarta-feira, janeiro 05, 2011

O sotão de minha casa

Me proibo de falar o que quero. É isso.
E se respondo "cala boca o caralho!", dou-me um tapa na cara...
Tudo para ver se entendo, se apreendo, se acordo desse pesadelo.
......................
O sotão de minha casa é habitado por duas estranhas garotas que se drogam e desenham roupas da moda. Manequins semi-nus misturam-se a cinzeiros cheios, garrafas vazias espalhadas pelo chão...
Não sei quem permitiu que entrassem. Não sei como expulsá-las. Mas cabe a mim, só a mim.
Ou então, conviver com o horror.
                                                        ...........................................

Não. Não vou falar da falta. Não aqui. Não agora.
- Cala boca o caralho!
(plaft, plaft)

terça-feira, janeiro 04, 2011

Voltar o olhar para dentro a procura de um sentido, uma palavra, um mantra.
Algo que aqueça a alma e me faça voltar a me sentir parte de algo, seja lá o que for.
Algo que amenize a solidão de ser humano.

Isso me faz lembrar o vôo de parapente; correr e se jogar da montanha com a certeza de nada vai acontecer...
Essa é minha vida.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Oração para mal de amor

Que eu tenha discernimento para reconhecer o que já não é.
Que eu tenha humildade para admitir que  perdi.
Que eu mantenha a dignidade e não deixe de reconhecer o que foi bom, ainda que tenha me feito mal.
Que eu possa perdoar quem me derrubou.
Que eu possa partir sem olhar pra trás.


aguardando o barco dessa travessia...


"Passa a nuvem negra  Larga o dia  E vê se leva o mal Que me arrasou Pra que não faça sofrer Mais ninguém
Esse amor Que é raro E é preciso Pra nos levantar Me derrubou Não sabe parar De crescer E doer... " Nuvem Negra