terça-feira, abril 26, 2011

A vertigem do abismo (Parte I)

Não havia mais tempo. Não tinha mais o quê fazer.. Chegara o momento de ir.
E ainda que as memórias de tudo que haviam sido viessem-lhe à mente, sorria.
Novamente percorria-lhe o corpo a vertigem do abismo. O desconhecido esperava-lhe do outro lado da porta, cheio de possibilidades.
Ali, onde fora tão feliz, não havia mais espaço suficiente para o seu vir a ser.

domingo, abril 24, 2011

Arrepender

Sobre renascer...

Deve haver um lugar secreto de onde se pode ver o desenho das teias das quais se tece uma vida.
Talvez venha de lá o chamado imperativo que a vida faz as vezes.

e de repente parece impossível continuar vivendo a meia  verdade em algumas palavras. Há um estremecer de tudo o que era e já não é mais possível voltar...

então é isso...
deixar para trás as seguranças rotas,
reaprender o peso de cada coisa,
viver o deserto,
para no final encontrar uma cara conhecida no espelho.

quinta-feira, abril 21, 2011

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Colocou o último par de meias na mala.
Olhou à sua volta;
sim aquele mundo vivo dentro daquele apartamento continuaria existindo sem ela...
O vinho das noites de quarta,
o café na cama nas manhãs de domingo,
a rua barulhenta,
a delicadeza de um novo amor.

quarta-feira, abril 06, 2011

Nosso engano foi tecido nas madrugadas,
adornado com prazeres diários,
perfurmado com o enlace de nossas pernas...

Meu engano.
Vivi como se sua mão,
acariciando suavemente meu cabelo,
endossasse suas palavras embriagadas.

Não, comigo não é diferente.
Sou qualquer coisa.
Encontrada pelo acaso.
Mantida pelas circunstâncias.
Não, não era só a mim... 

terça-feira, abril 05, 2011

É um tal arrebatamento, tamanha a força da vida e seus caprichos...
Cansada da discussão infinda com as 3 senhoras tecelãs, deixo me ir.
Sem discussão, sem lamento sobre a minha sorte.
Aceito. Deixo-me ir. Não sem medo. Não sem um quê de horror.
Mas reconhecer a correnteza da minha vida me tranquiliza, porque ainda que não saiba para onde vou, sei que lá é o meu lugar.

A noite um menino indiano vem me visitar,  veio levar os sapatos da menina que já não há!