sexta-feira, dezembro 14, 2012

A dama vadia

...E nem em seu encontro com a morte me tratou com amor.
Não sei se era desprezo o que me tinha, uma indiferença fria ou uma daquelas paixões inconfessáveis.
Acreditei no que eu podia. Era indiferença! Não poderia ser outra a dama que lhe tingia as palavras de descaso e os atos de desrespeito.
Ah sim, no sexo a dama vadia travestia-se em desejo e quase sempre me punha a acreditar que era outra.
... quase imortal que era, como se não morresse naturalmente, intervim! Porque era eu quem morria a cada silêncio, a cada desencontro, a cada entrelaçar de mãos na hora do gozo.

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Na nossa velha foto , já amarelada, a única sobrevivente de nossos incêndios e terremotos, você me sorri. Um sorriso de quase entrega, quase amor...
Passaram-se tantos anos e eu ainda estremeço quando lembro da sua mão em meu cabelo, dos seus dedos entrelaçados aos meus.
Mas confesso, envergonhada, que me rendi as impossibilidades, a uma trama já tecida e que não posso desfiar...
Sim me envergonho, porque tanto acreditei que não havia força maior que o amor!! Ingênua que sou; apaixonada pelas paixões.
Paguei caro pelas linhas, que em vão, tentei ultrapassar.
Vai, vai embora!