domingo, dezembro 30, 2007

Música para 2008

Nunca foi tão solitário o fim de um ano... E não há mágoa nisso. Por escolha longe de pai e mãe, sem tristeza vejo meu amor colado aos seus, os amigos distantes... dessa vez não faço parte de nehuma história que não seja a minha. E que história é essa? Que desejos calados tomarão conta desse silêncio que assola as ruas de Curitiba em seus últimos dias do ano? Qual o timbre da voz cantada nos primeiros acordes da música que ainda vou compor?
Há nisso - rua vazia, ausência de pai e mãe, presença intermitente do amor, distância dos amigos - o peso de estar implicada em minha vida de tal forma, com tal força e paixão, que me faz pensar na tragédia. Não como acontecimento que causa horror mas como coisa dionisíaca, anunciada por ditirambo , onde sou o corifeu!

Aceito. Estou pronta para mergulhar no apaixonante abismo que se abre à minha frente, com uma única certeza: a do desejo!!

Retrospectiva

Pela manhã, ouvi quando o lixeiro carregava para longe o quadro e os sinos de vento.

Quadro de feito de meticulosidade e devaneios sobre as singularidades nas similaridades: selinhos de cigarro, colados numa ordem aleatória, formando uma ode àquele vício.
Só ontem entendi porque ele ainda enfeitava minha sala com seus cinzeiros limpos e vazios; eram também de minha mãe as histórias fumadas naqueles selos e ela havia tragado algumas palavras depois que silenciei as minhas.

Sinos de vento há tanto tempo emsilêncio, empoirados sem terem sido gastos...

Que partam os dois!!! Já não me pertencem.

sábado, dezembro 08, 2007

Acabo de me descobrir apaixonada pelas reticências!!
Pelo sinal gráfico;
ponto que se repete feito xilofone.
Sentido que se perde,
feito a própria voz em eco.
Sou reticente!
Adoro falar pela metade, adoro o enigma dos pensamentos indecifraveis e dos amores incautos.
Adoro mulher cantando...