quarta-feira, junho 30, 2010

Perco minhas noites entrelaçada às suas pernas.
Vencida por sua sensualidade incisiva e direta
entrego-me...
Nas fantasias construídas aos poucos, sem pressa, encontro a ancestralidade da pele, alquimia dos liquidos...
Na madrugada, o corpo suado, já não entende se lhe passa frio ou calor. Sonha. Elabora.
Ganho meus dias tomada pela intensidade que já não cabe nas velhas estruturas. Mas isso é assunto para outra hora...

quinta-feira, junho 24, 2010

...da minha humanidade.

Nasci leve.
Dois quilos e cem.
Leve e silenciosa.
Horas sozinha no berço observando o ser das coisas.
Cresci em alvoroço!
Sem soltar a voz. Falando muito. Calando tanto quanto.
Doía em mim o peso da palavra. A força das coisas.
Amadureci questionando.
Peso. Força. Palavra.
Qual a ordem das coisas?
... o viver desenroulou-se perdendo peso, ganhando força, dando à palavra a alma que lhe é própria.
E ainda há tanto por fazer!
Quero meus dias leves e intensos.
Quero a palavra possível e exata!
Quero o possível, mas o melhor, da minha humanidade!

quarta-feira, junho 23, 2010

E agora, para onde?
Já não me recordo os caminhos antes escolhidos. E nem faria diferença aqui, onde o labirinto se faz ao caminhar.
De um lado pulsa o escuro, cheirando a alecrim.
Do outro se desenrola um novelo tecido do cipó de sonhos de outrora.
À minha frente a claridade cega do que me antecede.
No lusco-fusco às minhas costas passeiam as sombras de meus ancestrais.

O Minotauro entoa seu lamento e me encanta... Sigo. Pulso com o escuro.
Em seus braços o cheiro do alecrim. Sensações maiores do que o humano em mim poderia descrever.


sexta-feira, junho 18, 2010

...

Nunca quis para mim o faz de conta que oferece um reino de encantos e mais à frente faz com que não reconheça nos que amei nada mais do que estranhos.
Quero a lâmina afiada da verdade em minha pele.
Quero a alquimia que transforma - pelo viés do respeito - medo em segurança.
Quero o novo recomeço no fim.
Quero diferente!

quinta-feira, junho 17, 2010

... a menina em mim

O eterno retorno da angústia de não ser o que se quer!
A angústia das vontades que jamais se concretizaram e não se concretizarão.
Há tempos perdi a ilusão que farei o que gosto na vida... Faço o possível. O que os meus recursos - estruturais - permitem. Tento, desesperada e diariamente, encontrar poesia e encanto nos dias que se seguem. Tento convencer-me, aceitar. E a vida me oferece muitas coisas!!
Mas nesses dias, em que a "fumaça negra" consome tudo em mim, nada me conforma, quero apenas chorar, sozinha, em algum canto da minha casa que me aconchegue a mim.
Hoje sou uma menina sofrendo pelo que jamais será!
Quem sabe amanhã, a mulher em mim retorne. Só ela sabe consolar essa menina.

terça-feira, junho 15, 2010

A grande neurótica

Acreditava-se nova. Fazendo tudo diferente. Pouco se reconhecia em atitudes.
Aberta, aceitava o que a vida lhe oferecia.
Admirava no espelho, satisfeita, o novo estilo.
E de repente... lá estavam as mesmas ladainhas. O mesmo jogo.

Nunca imaginaria que todo esse tempo havia vivido em movimentos circulares...
O visitado, visto, ouvido, lamentado, partido, perdido.
Era mesmo uma grande neurótica!
Essa noite, choraria baixinho, sozinha em sua cama.

sexta-feira, junho 11, 2010

Camaleoa

Apressada. Trêmula. Delineador nos olhos. Por um segundo encontro meus olhos no espelho.

Já fui tantas!! Chegando. Partindo. Ficando.

All star. Vestido. Havaianas. Casaco de pele. Salto. Calça jeans e Camiseta. Árida. Apaixonada. Desiludida. Frenética.

Nunca uma nova mulher. A mesma sempre! Com novos recursos. Outras diretrizes. Cicatrizes. Percursos.

Eu sou a soma de tudo o que vi e vivi. Uma soma nada matemática. Onde nem sempre se pode escolher o que vai fora e o que fica. A soma possível.

quarta-feira, junho 09, 2010

... desse desejo

Manter a sensação dos seus olhos pela manhã.


Sentir seus pés acariciando minhas pernas, sinalizando desejos e tempestades.

Rir com cumplicidade.

Fazer das coisas mais simples programas imperdíveis.

Querer sempre mais!


Assim desejo você.

terça-feira, junho 08, 2010

O tempo das coisas

Eu sou daquelas que engasga com a sequência, ilusoriamente, infinita de dias.


Não sei viver o mesmo, o morno. Vivo na paixão. Existo na entrega.

sábado, junho 05, 2010

As Moiras

Volto no tempo. Revejo meus passos, laços...
Venho do tempo da razão e vejo ruir meus edifícios frente ao que não é passível de explicação.
Dobro os joelhos diante da imensidão da natureza, do tempo, da força das marés...


Me emociono...
Absolutamente arrebatada pela visão das teias tecidas pelas Moiras!!!


sexta-feira, junho 04, 2010

Samba da Gesse

"... quando amanhece e ao meu lado vejo você eu digo em prece que a vida é linda como você!.."

quarta-feira, junho 02, 2010

A Lembrança de Vênus


Acordo quase sem sobressalto, acostumada com horário e toque do despertador.

Abro os olhos e uma réstia de luz me faz fechá-los rapidamente. Em vão...
Os acontecimentos recentes, despertos, emergem da memória.
A boca suave na minha, as pernas entrelaçadas, as palavras sussurradas me levando além...
Por um instante duvido. Abro os olhos. Seu olhar buscando o meu. As mãos em meu cabelo.
Sim, Vênus deve ter lembrado que existo!