terça-feira, março 01, 2005

SEGUNDA FEIRA

É segunda feira,

mas meu corpo inquieto tem ainda a sede da sexta.

A sede dos pensamentos livres, do acordar espontâneo, do corpo inteiro, do dia azul, do cão que late pedindo sol.

Que o deus dos sujeitos desejantes alivie meu tormento!!

Que o casaço trazido pela seqüência de segunda a sexta se apazigúe na terça, numa conversa de amigos ou em uma mesa de bar.

Não qualquer amigo e nem qualquer embriagues. Quero sim aquele capaz de me ver fraca... Quero o olho no olho, a verdade incauta, a sobriedade perdida.

Cadê você, que parece ainda ontem se sentava aqui, nessa mesa, em frente a minha janela, deixando que a vida deslizasse no verbo?

Onde estarei eu?

Que tempo é esse que fez de nós trabalhadores assíduos, esquecidos do gozo e da festa?

Ninguém nos disse!!

Não avisaram que o desejo impõe o mal estar em "estar" na civilização!

Que Dionísio me perdoe, mas preciso trabalhar amanhã bem cedo.

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