quarta-feira, agosto 18, 2010

Prece da aridez desnecessária

Não que as coisas não lhe fizessem diferença...

Gostava de estar na presença de algumas pessoas. Mais de algumas do que de outras inclusive.
Divertia-se nos dias de sol, com almoços que terminavam no fim da tarde, entre gargalhadas e planos de um futuro brilhante.
Gargalhava com facilidade; com histórias roubadas em pontos de ônibus, com malícias ingênuas ou com uma boa história sobre si mesma.
Mas havia algo de intransponível em suas emoções. Uma limitação. Algo que lhe impedia carinhos diários, paixões duradouras e amores tranquilos.
Às vezes, cansada da aridez do seu sentir, isolava-se do mundo e pedia em prece que o mundo lhe desse, um pouco que fosse, da ternura de que se tece o amar de cada dia.

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