quinta-feira, julho 14, 2005

MUDAR

Encaixoto minhas histórias,
Visto o tempo ,
Encontro e jogo fora o que já não existe,
Enterneço-me diante das fotos de infância, quase sem acreditar que já fui aquela coisinha ...
Suo no sobe e desce das coisas que não acabam nunca!!
Estremeço pensando no que virá;
A casa nova,
As gavetas vazias,
e tantas outras cheias do que não é meu!!

O caminhão parte levando
Em sua câmara escura Minha vida;
Guardada , aquecida, esquecida de mim .
Poderia agora correr e tomar outro rumo
Começar de novo, sem aquela que partiu no caminhão.
Quem sabe alguém pudesse encontrá-la – a minha vida - e retomá-la de onde parei?
Quem sabe aquela calça que usava quando vi pela primeira vez a morte, viva melhores momentos em outras pernas? O casaco de pele – herança de minha mãe – passeie mais vezes, os livros se percam em algum sebo, e o porta retrato com a foto do meu cachorro se quebre... Uma outra mulher vivendo com minhas coisas, seria apenas um arremedo de mim.

Espero mesmo é que o seu José não corra muito, vai que quebra alguma coisa!!

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